A Páscoa para os umbandistas
Jejuar, não comer carne, comer peixe e
bacalhau = esta é uma tradição especificamente católica, que está tão arraigada
na mente das pessoas, por milênios de monopólio da Igreja Católica no mundo,
que as pessoas repetem este rito sem ao menos se perguntarem qual é o
fundamento. Em primeiro lugar, desculpa informar, mas peixe também é carne. Em
segundo lugar, espíritas e umbandistas verdadeiros não seguem este ritual
católico. É certo que não há nas sagradas escrituras (Bíblia), nenhuma norma ou
referência que regulamente o consumo de peixe na semana santa. Esta foi uma
prática regulamentada por interesses comerciais do Vaticano. Sim, o Vaticano!
Isto porque o Vaticano, na virada dos séculos XV e XVI, financiava a maior
parte das expedições marítimas e era proprietário da maior frota de
bacalhoeiros (barcos de pesca de bacalhau). Acontece que seus armazéns estavam
abarrotados de bacalhau, quase não havia saída, seu consumo era muito baixo,
pois naquela época as pessoas eram ainda mais carnívoras. Então, antes que sua
mercadoria de bacalhau estragasse, pensaram em como escoar a produção, advindo
daí a ideia de maximizar seus lucros, com o Vaticano e seus padres proibindo o
consumo de carne na Quaresma, dizendo que era pecado e que podiam substituir a
carne dita vermelha por peixes e bacalhau. Não deu outra: o consumo de bacalhau
explodiu! Grande sacada comercial! E até hoje as pessoas repetem este ritual e
nem se perguntam por que... Além do mais, se a ideia é o sacrifício, é jejuar,
não tem cabimento se fartar de pratos feitos de peixe e bacalhau! Falando em
sacrifício, a Umbanda não trabalha com esta estória de sacrifício, pois não
adianta a pessoa "se sacrificar" na semana santa e passar o resto do
ano sendo egoísta, mau, fofoqueiro, maledicente e outros tantos defeitos. Os
Orixás e Entidades desejam que as pessoas evoluam espiritualmente, praticando a
caridade e sendo boas umas com as outras, tratando-se como irmãos.
Ressurreição = a Umbanda não acredita na
ressurreição, mas sim na vida eterna e na reencarnação. Ressurreição, segundo o
dicionário, é renascer, é o corpo físico voltar à vida. Ora, sabe-se que isto é
cientificamente impossível e que todos os nossos Orixás, Entidades e espíritos
iluminados, falam em vida após a morte física, o espírito vive, mas a carne
(corpo) não. Então, não tem cabimento chorar e se lamentar pela morte de Jesus
Cristo (Oxalá para nós umbandistas). Na verdade, ele não morreu, apenas foi
para outra dimensão, uma dimensão muito melhor e superior, devido a sua
adiantada evolução espiritual. Respeita-se o sacrifício físico que o grande
Mestre se impôs e mais ainda respeita-se o ensinamento que ele quis passar: que
existe vida após a morte e que a vida espiritual é mais importante do que a
vida carnal. Portanto, Páscoa, para nós umbandistas, é época de reflexão e
agradecimento a Oxalá pelo ensinamento e exemplo repassado. Mas sem
sacrifícios, pois o fato de estarmos vivendo neste planeta de provações já é
sacrifício suficiente...
Ovo e coelho de chocolate = o ovo e o coelho
são símbolos de fertilidade desde a antiguidade. Entre diversos povos, era
hábito presentear nesta data com ovos de verdade pintados e coloridos, como
forma de lembrar a passagem dos hebreus pelo deserto. Os franceses tiveram a
ideia de fazer estes símbolos de chocolate. Outra grande sacada comercial!
Muito gostosa, por sinal... Não que devemos abandonar este ato, até porque é um
gesto simpático presentear as pessoas queridas com algo que simboliza carinho e
doçura, mas sem nos endividarmos o restante do ano por causa deste costume...
Então, como o umbandista deve se comportar
perante a Páscoa? Simplesmente respeitando e agradecendo em oração a Cristo,
mas não apenas nesta época, mas durante toda a sua vida. Devemos continuar em
nossa missão de ajudar o próximo, sermos caridosos e procurarmos sempre
melhorar como seres humanos.
Feliz
Páscoa a todos os irmãos de fé!
Texto
extraíde de: http://luzdivinaespiritual.blogspot.com.br
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